quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Sedução

Quando o coração bate mais forte
Quando o sangue começa a ferver
O desejo aumenta e vai permanecer
Forte e intenso...a sedução está no ar
Respire e inspire-se,vamos nos amar!!!


Se a carne é fraca,a libido é forte
O sentimento é intenso,e imenso
A vontade é transeunte e irracional
E quem precisa de razão?
Quem acredita e segue seu coração
Encontra sua sabedoria interna
Desfruta da sedução eterna!!!


A dança das sensações
Os arrepios,as emoções
As melhores coisas da vida
Nas melhores proporções
Os segredos intactos
E as profanas impressões
A luz que penetra a escuridão
Fazendo um filho...a sedução!!!


Traga até mim,o seu sonho sem fim
Vamos abraçar e beijar,até devanear
Sair da realidade e celebrar a vontade
De estarmos juntos e compartilhando 
Os sabores e olores da sedução!!!

Degeneração evolutiva

Avanços tecnológicos,declínio psicológico
Sentimentos padronizados,padrão de beleza
Tudo tão atual,mas nem tudo autêntico
Frutos que,de tão maduros tornaram-se podres.

Impostos existenciais,taxa abusiva
Avanço turvo,à risca...degeneração evolutiva
Fumaça que nos conduz à desgraça
Autos que nos promovem lentidão estressante.

Cultura do ter,exílio do ser
O que tem mais valor para se vender
Paraíso de cédulas,inferno de moedas
Mitos e verdades sobre a civilização.

Somos tão adiantados,e tão afastados
Cuspimos na face alheia e não somos culpados
Fazemos o que queremos e não sabemos querer
Esta degeneração evolutiva tende a nos corroer.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Ébano e marfim

Sem começo,meio ou fim
Rosas e prosas...Ébano e Marfim
Da cor do pecado,o amor do exilado
Na certeza mal feita,na eterna suspeita!

Ébano e marfim,em harmonia
A música viva em perfeita sincronia
As notas tocadas e sentidas
As reflexões de almas perdidas
No santuário nefasto da santidade
Na sublime falta de vontade!

Somos todos frutos da árvore da vida
Não temos sabor,não temos cor
Somos Demônios e anjos...um Querubim
Somos Diamante e Rúbi,Ébano e Marfim!

O Céu claro ou escuro
O grito,o silêncio e o sussurro
A magia real,a realidade fictícia
A inocência travestida de malícia
Não podemos saber ou crer
Ébano e Marfim...simplesmente ser!

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Lembrança de morrer

Quando em meu peito rebentar-se a fibra
Que o espírito enlaça à dor vivente,
Não derramem por mim nenhuma lágrima
Em pálpebra demente.

E nem desfolhem na matéria impura
A flor do vale que adormece ao vento:
Não quero que uma nota de alegria
Se cale por meu triste pensamento.

Eu deixo a vida como deixa o tédio
Do deserto,o poento caminheiro
-Como as horas de um longo pesadelo
Que se desfaz ao dobre de um sineiro;

Como o desterro de minh´alma errante,
Onde o fogo insensato a consumia:
Só levo uma saudade-é desses tempos
Que amorosa ilusão embelecia.


Só levo uma saudade-é dessas sombras
Que eu sentia velar nas noites minhas...
De ti,ó minha mãe,pobre coitada
Que por minha tristeza te definhas!


De meu pai...de meus únicos amigos,
Poucos-bem poucos-e que não zombavam
Quando,em noite de febre endoudecido
Minhas pálidas crenças duvidavam.


Se uma lágrima as pálpebras me inunda,
Se um suspiro nos seios treme ainda
É pela virgem que sonhei...que nunca
Aos lábios me encostou a face linda!


Só tu à mocidade sonhadora
Do pálido poeta deste flores...
Se viveu,foi por ti e de esperança
De na vida gozar de teus amores.


Beijarei a verdade santa e nua
Verei cristalizar-se o sonho amigo...
Ó minha virgem dos errantes sonhos,
Filha do céu,eu vou amar contigo!


Descansem o meu leito solitário
Na floresta dos homens esquecida,
À sombra de uma  cruz,e escrevam nelas
-Foi poeta-sonhou-e amou na vida.


-Sombras do vale,noites da montanha
Que minh´alma cantou e amava tanto,
Protegei o meu corpo abandonado,
E no silêncio derramai-lhe canto!


Mas quando preludia ave d´aurora
E quando à meia-noite o céu repousa,
Arvoredos do bosque,abri os ramos...
Deixai a lua prantear-me a lousa!

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Ingênua sinceridade

Coragem...vertigem...covarde
Cedo...anoitecer...manhã...tarde
Mentir é feio...bela verdade
Maliciosa omissão...ingênua sinceridade.

O que é isso?Não seja promíscuo!
Quer saber?Não vou mais te ver
Sou cego por opção,sou exilado
Desse mundo vil,inferno encantado
Excessos e processos anormais da puberdade
Inocência perdida,suicida...ingênua sinceridade.

A valsa falsa,a alça da calça
O pudor sem dor,o tolo sem amor
A criatura de pura feiura
O ser-vivo sem nenhum motivo
A avançada idade,antiga vaidade
Uma tranquilidade,ingênua sinceridade.

Conta pra mim,façamos assim
Um lindo começo,um triste fim
Afinal,no final,nada é realidade
Faz parte da sua,da nossa,ingênua sinceridade.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

O jardim das ninfetas

Um corte profundo
Nas asas da puberdade
Tão longe,em outro mundo
O âmago da extinta liberdade
O jardim das ninfetas
A volúpia existencial
Nada além do normal
Nenhum excesso para conter!!!

Arde a chama,e me chama
Pra queimar no desejo
Pra ter prazer intenso
Pra me matar de amar
O jardim das ninfetas
Virgens despudoradas
Santas tão santas e taradas
Usam e abusam de mim!!!

Flor de lis,delicia
Verdade despida
Mentira safada
Vida abusiva
Morte despudorada...

O jardim das ninfetas
O céu escuro,tom de violeta
O amor está no ar
E vai te infectar
Te deixar bobo,e feliz
Te dar as coisas belas
Que você sempre quis!!!

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Árvores

Árvores não choram
Árvores não melhoram
Árvores não pioram
Árvores não olham
Árvores são vivas!!!

Árvores não se mexem
Árvores não padecem
Árvores não adoecem
Árvores não se lembram
Árvores não se esquecem!!!

Árvores não sonham
Árvores não erram
Árvores não acertam
Árvores não mentem
Árvores não julgam
Árvores não sabem
Árvores não aprendem!!!


Árvores como eu
Árvores esquecidas
Árvores felizes e solitárias
Árvores diferentes
Árvores que não são árvores
E nunca serão...nada!!!

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Majestade Vendeta

A morte da antiga moral
Velhos hábitos no funeral
Sorte e acaso,casados
Majestade Vendeta por todos os lados
Presente e permanente
Na vida dos mortais injustiçados!!!

Cara ou coroa,patrão ou patroa
Tanto faz,não faça...besteira
Não se machuque,nem se preocupe
Com as farpas do meu coração
Crucificado no peito,sem opção
Óh Majestade Vendeta,eu me rendo
Não mais viverei,nem pretendo
Desfrutar da vil felicidade que criei!

Caçadores de recompensa,um mercenário
Vendedor de conceitos,o contrário
O irracional e instintivo,nocivo
A busca por abrigo,anseio por perigo
No esgoto do desgosto,na imaginação
Nos braços,e aos amassos com a solidão
Vossa alteza,de vasta beleza
Me prenda,em ti...Majestade Vendeta!