terça-feira, 20 de setembro de 2011

Figurante

Um mundo aberto,uma cara fechada
Pouco me importa,é tudo ou nada
Este jogo tem várias dificuldades
Aceite o desafio,não se renda
Purifique e amaldiçoe tuas vontades!

Não sou ator,não sou amor
Sou errante,sou figurante
Sem palco,sem graça
Sou uma desgraça
Extremamente feliz
Um mestre da sabedoria
E também um aprendiz!

Saber ou não,não importa
Uma vida em si é uma espera
O pensar é uma grande esfera
E uma flor de plastico não pode chorar
Nem viver de dores,para depois
Se aliviar...ou tentar,se libertar

Queria sumir por um instante
Deixar de ser um figurante
Mas logo quero voltar a ser
Esta vida em forma de morrer
Quero crucificar minhas escolhas
E torturar minhas concepções
Quero buscar novas dúvidas
E esquecer velhas razões!

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

As portas da percepção

Grades uniformes,vidas uniformizadas
Alicerces trincados,estruturas abaladas
Abrupto pânico e um vasto silêncio
O frio correndo nas artérias existenciais
Para lá ou para cá,tanto faz...

As portas da percepção estão fechadas
As janelas da personalidade estão moldadas
Abra teu peito em tributo e respeito
Deixe invadir essa dor,este sorrir
Subitamente e demente em essência
Santíssima e bondosa malevolência!

Quebre o gelo e não tenha medo
Mantenha o sangue frio e se atire no rio
Banhado com sangue e suor,com mordomia
E mantenha as portas da percepção
Em eterna e constante harmonia...

Faça tua vontade e viva tua sanidade
Se atire e por um momento não respire
Sinta-se flutuar,sem receio de alcançar
O completo discernimento,de cada momento
E arrebente as trancas do seu coração
E abra silenciosamente,sem alarde
As portas da percepção...

domingo, 11 de setembro de 2011

Derrotas

Escrevendo certo em linhas tortas
Apagando a esperança com derrotas
Contando os passos,cortando os laços
Passando a limpo,vivendo no limbo
Do esquecimento e do lamento...

As dores que formam uma parede
Os estratagemas em forma de rede
Tudo tão conectado e dissimulado
Tudo tão claro,impossível de enxergar
Derrotas e mais derrotas,tudo igual
Um círculo de sofrimento
Um destino avarento...

O gosto amargo da decepção
A minha eterna e insistente
Falta de atenção...
A danação do meu espírito
A sentença final do meu ser
Na hora certa irei saber
Que as derrotas podem me dar
Aquilo que as vitórias sempre
Haverão de me negar...

Venha me visitar nessa prisão
Traga teu amor e tua ilusão
Deite-se nua e devore a lua
Com este olhar penetrante
De uma alma pálida e vagante
E me mutile e me construa
Me traga derrotas
me traga loucura!

domingo, 4 de setembro de 2011

Sublime(nar)

Vidas escondidas em caixas coloridas
Preto e branco subliminar
Azul escuro de tanto sangrar
Falta de opções,raras exceções
Um quadrado enquadrado por ai
Sem saber o motivo...e um círculo
É o seu mundo atual...

Nas profundezas da alma sofrida
Neste universo de uma só complexidade
Infinitamente dividida...
Sublime narcótico que entorpece
E a razão com o discernimento dorme
Como se não houvesse amanhã
Como se o hoje fosse sempre ontem
Um sono eterno de terno e gravata
Um sonho onde a realidade o maltrata!

Despenca aquele sorriso antigo
Que hoje em sua doentia memória
É o teu pior inimigo...
Dentro deste aquário de vidro vital
Vejo o que há lá fora,nada de anormal
Apenas um paralelo,uma ramificação
Do que chamamos de assimilação
São outros caminhos,outras alternativas
Sublime e subliminar,mais do mesmo
Mesmo assim quero exteriorizar
Meu íntimo pedaço deste vazio
Imenso vazio,que insiste em machucar!