sábado, 29 de outubro de 2011

Oportunidade

Chances perdidas,provações vencidas?
Existências paralelas entre si
Sonhos de papel impresso,ao inverso
Da essência da nossa fonte de ser
Um começo,meio e quiçá um fim
Do processo contínuo de apodrecer!

Ignorância sem censura
Para toda e qualquer idade
Método de conduta comprovado
E embalado para viagem
Uma travessia através da vida
Sem nenhuma conectividade
E sem nenhuma oportunidade!

Guerras tão cruéis e sangrentas
Almas tão lineares e sedentas
Por algo novo e competitivo
Por este ou por aquele motivo
Buscando erros e acertos quaisquer
Buscando sua alma gêmea
Um homem ou quem sabe uma mulher!

Alto grau de periculosidade
Baixa proporção de oportunidade
Castelos de ouro e corações de areia
Um sangue impuro e vil permeia
Os alicerces de uma tal sociedade
Feita de grades e muros esqueléticos
De corpos em lenta decomposição
E espíritos que se tornaram paraplégicos
No mundo onde se compra e vende
Certas doses de ilusão!

domingo, 23 de outubro de 2011

Tuas vontades

Noite dos desejos carnais
De almas belas e sobrenaturais
Um cálice de um saboroso vinho
Ela despida e deitada sobre rosas
E eu perfurando os limites...
Com um espinho!

E que sejam feitas as tuas vontades
Que se fundam as infinitas realidades
Que o prazer seja a lei regente
E que a nosaa junção de essências
Seja o nosso mais nobre e puro presente
Do acaso que é nosso tutor
Pois fomos abandonados pelo amor!


Ao tocar-te esta pele sedosa
Senti pulsar de ti vontades íntimas
Vontades de uma mulher maravilhosa
Que veste o manto da lua
E que transborda em fogo solar
Mulher de segredos intensos
Divindade que ouso reverenciar!


Tuas vontades são minha prioridade
Teus anseios são minha obrigação
Teus sussurros são meu grito de liberdade
Te possuir e ser parte integrante de ti
Passou a ser minha existencial...
E obsessiva necessidade!

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

O preço do apreço

Quanto vale gostar sem pensar
Para depois separar e sangrar?
Quanto vale esta estranha experiência
De saborear a união e depois a ausência?
Quanto vale uma palavra dita em outro idioma
Qual coração nunca esteve em coma?!?

Como é tensa esta minha sentença
Que crueldade com a minha falsa santidade
Qual é o preço do apreço?
Qual é o teu endereço...
Meu amigo imaginário?!?

Vou pular do penhasco,vem comigo?
Você realmente é meu amigo?
Vai sacrificar sua vida para me salvar?
Vai deixar de lado teu ser,vai se enganar?

O preço do apreço é alto demais
Estou sozinho neste mundo
E sei que é tarde demais
Quase noite,antes era o dia brilhoso
Deste universo complexo e nebuloso
Onde a razão fala mais alto
Onde o jardim é asfalto!

Embale teu coração para viagem
Perca os motivos e encontre coragem
Para dançar no ritmo oposto ao ideal
Para fazer do bem um novo mal
Para ser um anjo em decadência
E um demônio com benevolência!

Pague o preço do apreço
Envenene sua alma com vínculos
Para perceber depois que são todos
Meramente ilustrativos e ridículos!

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Transição

Estou em carreira solo
Neste solo de viver
Caminho entre espinhos
E por vezes ouso delirar
Jogado aqui neste jardim
Em uma transição sem fim!

Sem mapa e sem direção
Sem razão nem coração
Em partes magoado
Em partes indecifrado
Uma fração de segundo
Em primeiro plano
Transição de imaginar!

Sou um risco e um rabisco
Sou o que há e o que faltará
Luz escura e adrenalina pura
Neste radical ciclo de esperar
Querendo não querer
Padecendo por não merecer
Lenta transição aleatória
Sou o tema da derrota
Sou o âmago da falsa vitória!

Nuvem de conceitos que evaporam
Céu de promessas que demoram
A virar realidade e felicidade
Livro aberto,de conteúdo incerto
Música sem harmonia e magia
Movimento em transição paralela
Concepções e meras opiniões
Trabalho sujo e mal pago
Um doce que de tão venenoso
Se torna algo vil e amargo!

domingo, 9 de outubro de 2011

Esquecimento

Tempestade de lágrimas petrificadas
Serpentes de plástico,todas desoladas
Esqueletos de espelhos abandonados
Sombras de sonhos mal ilustrados
Utopias de vidas bem divertidas
Tentações de algumas poucas emoções!

Asas de papel que desabam com o lamento
Peças aleatórias neste tabuleiro de esquecimento
Divindade sem a majestade ignorância
O lado mais maligno deste ser benigno
A força de vontade com anemia celular
Aquele grande motivo,que não vai voltar!

Suspiro de agonia em infinita harmonia
Com a morte de toda forma de morte
E certa sorte de não existir sorte
A cada dia passado,um futuro amassado
A cada carta enviada,uma luz apagada
E muita dor,muita angústia e sofrimento
Vão te fazer sorrir e mergulhar
Neste mar morto de esquecimento!

Algumas vezes tentei absorver a ilusão
De viver em um mundo em ascensão
Outras vezes fiquei aqui pendurado
Entre o lado certo e o lado errado
Mas agora eu cai na tua armadilha
E me isolei das terras prometidas
Hoje sou uma distante e perigosa ilha!