terça-feira, 31 de maio de 2011

Delírios

Eu acabo de voltar sem ir
Me abandonei sem ter que sair
Desta armadura tão dura de se ter
Para nunca mais sorrir pra sofrer
Eu sei a fórmula dos delírios lúcidos
Mas esqueci de saber,e me lembrei
Do que é viver...

Um deserto tão bem povoado
Pelo frio silêncio e vazio morador
Cercado por um certo mistério sem cor
Sem o preconceito vil e sem sabor
Juntos permaneceremos...delírios
Pra sempre,enquanto durarem os estoques
De oxigênio neste organismo de papel
Que o vento custa a carregar!

Vivo em um aquário de impressões
Dentro de uma complexidade
De ramificações...
Eu queria ter em minhas mãos
Um pouco,muito pouco,de um puro nada
Queria ter minha alma afogada
Nos delírios de criança,e novamente
Ter a empolgação e pureza totais
Que talvez não voltem mais
Para mim...

Fim?!?

sábado, 28 de maio de 2011

Traição

Atmosfera amorosa e egoísta
Superfície gelada e pessimista
Dentro de ti eu vejo prosperar
Uma chama que não se chama
Traição...

O tempo passa e todos se vão
Assim que um sim torna-se um não
E talvez voltem para esmolar
Um carinho amigo que sabem
Que jamais voltará!

Traição ou não,não vejo diferença
Estar perto ou não,não muda a existência
Comigo sempre estarei,acampado
Neste corpo que é o convite
Para que eu seja visitado
Ou negado...

Quantos sorrisos marcantes e especiais
Que num piscar de olhos não voltam mais
Mas lágrimas também são vida
Nem todo machucado é uma ferida
Algumas coisas não precisam mudar
Traição dessa minha imperfeição
Quanto tempo irei durar?!?

Eis o paradoxo existencial
Uma pergunta dentro de outra
Um início sem o esperado final
Mas venha cá e pense comigo
Contar passos e  vantagem
Pode e deve ser uma bobagem
Tão grande quanto acreditar
Que o dia que já passou,irá chegar
Nenhuma traição é clara e visível
Nenhum traidor é frio e horrível!

terça-feira, 24 de maio de 2011

Frases feitas

Vou escrever algumas frases feitas
Que podem ser úteis e imperfeitas
Dentro da perfeição complexa da vida
Para abrir novamente esta minha ferida
Que me traz lembranças tão doces...
Que adoro ver sangrar!

E o sangue meu de coloração esquisita
Esta minha alma tão bondosa e maldita
Me fazem crer no vazio que absorve a impressão
Que suga os conceitos e esboça verdades
Nas telas escuras de mentiras absurdas!

Há um desgosto que eu gosto
Frases feitas para adaptação
Mentes abertas para a introdução
De um mundo sem mapa colorido
Recheado de encanto e submergido
Nas palavras tão claras dessa razão obscura!

Calarei-me se possível...não sei
Se sei que sei ou se não sei que sei
Mas, contudo...e sem nada,abandono-me
Por esta estranha e bela estrada
E não tenha dó de mim...por favor
Não me entregue sentimentos
Pois eu sou incolor...meu corpo arde
Neste gélido e incessante calor!

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Mentiras e ilusões

Venha até mim,verdade nua e sem truques
Prove-me que és mais aprazível e pura
Que a mentira que vivo,ilusão que insinua
Se não for conveniente,não será essencial
Se não for normal,ordinariamente será mal!

Rotinas que mudam,mudanças repetidas
Tiros no alvo,o amor sempre na mira
Errando sempre,acertando...talvez
Vivendo uma vida,o que mais se poderia viver?!?

Rainha...o Rei morreu,e sou um nobre vassalo
Apaixonado por ti,constantemente humilhado
Suas terras são vastas,ilusões de poder
Seu castelo é frio...mentiras podem ser!

Que valor tem uma vida triste e amargurada?!?
Relativo,tal como a felicidade manifestada
A espera será recompensada,afinal?!?
Se vivendo uma mentira,encontrar sua verdade
Ilusões serão tão vivas,ainda mais que a realidade!

sábado, 21 de maio de 2011

Triunfos

Cercado de triunfos eu sigo,triunfante
Vivendo sem limites me sinto realmente livre
Vejo a morte na outra face da divindade
Demônios e anjos são apenas contrastes!

Triunfos são feitos de matéria invisível
Tênue satisfação,que encanta sem motivo
Que faz o coração sentir o que não se pode sentir!

Triunfos são vontades imparciais realizadas
Influência nula em prol da alma purificada
Amaldiçoada pela bondade de matar o perdão!

A imaginação fluindo,o âmago aquecendo
O mundo evoluindo,todos estão apodrecendo
Triunfe...Rainha dos vivos mortos
Atravesse o caminho de espinhos sedosos
E abandone o teu remorso!

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Quando a noite cai

Quando a luz do dia muda de função
Deixando a vaga livre para a escuridão
Quando a vida tira férias,a morte retorna
Como água que antes de fria estava morna!

Antes que o brilho da lua fosse inventado
O escuro azul do céu já tinha sido criado
Antes que a noite resolva cair,o dia se vai
Voltando assim que acabar o luar que me atrai!

Quando a noite cai,ela o faz sem motivo
Que motivos seriam cabíveis para tal?!?
Quando a noite cai,ela não machuca distraídos
Quem seria tolo de andar por ai sem pensar?!?

Não...a noite me fascina,mas o dia também
Tem seus encantos e não,não posso negar
Não...você não é a mais bela flor do jardim que sonhei
Mais do que isso,és ainda maior do que imaginei!

domingo, 15 de maio de 2011

Palavras vazias

Idiomas são frutos,nações são árvores
Mentiras não enganam,enganos são verdades
Dúvidas fluindo,certezas vão morrendo
Opções que temos,vamos continuar escolhendo!

Palavras vazias são cheias de intenções
Sentimentos vazios são cheios de vácuo
Ar que respiro,água que bebo...vida
Longe de ti,no fundo do poço...vida!

Espinhos não são os piores motivos
Para amar sem medo de errar...que erro
Rosas sem cheiro,eu sem você,sem brilho
Estrela sem céu,amor sem viver,não nítido!

São cheias de futilidades,são palavras vazias
É amor de verdade,doce e suave mentira
Lacrimejante sorriso,um choro vivaz
Futuro incerto,vai ficando para trás!

Demente sangria

Lúcido espanto,demente sangria
Cheio de esperança,com a mente vazia
Um castigo eterno e infinito...
Enquanto durar!

Guerra fria,aquecimento global
Desvio de conduta,afronta à moral
Muralha de vida,pedras de experiência
Término da infância,pureza em falência!

Doenças crônicas,cura forjada
Óbitos contados,natalidade manipulada
Ódio corroendo as artérias,sangue que esfria
Vínculos cortados,controle emocional...
Demente sangria!

Fluxo padronizado,felicidade limitada
Alta velocidade,acidentes na estrada
Títulos conquistados,vitórias,glórias
Realidade moldada,ficção,mitos,histórias!


Heresias sociais,caos na vida pessoal
Bondade maquiada,um asco pelo que é mal
Insuportável dor,material alegria
Gargalhadas de horror,demente sangria!

terça-feira, 10 de maio de 2011

O sabor de sonhar

Não é salgado,nem doce,nem amargo,nem azedo
Não requer coragem,não se afeta pelo medo
O sabor de sonhar,o gosto de viver...a degustação
De momentos tão puros...não foi mera ilusão!!!

Liberto das grades enferrujadas,posso voar
Alto o suficiente,tendo o universo como chão
Os limites que um dia tiveram utilidade
Agora são meros rascunhos,total futilidade
Cinco sentidos prontos e unidos para me ludibriar!

Caminhos ditos errados,aceitei como sendo certos
Tolos e mais tolos pensam que sabendo,serão espertos
Mas muitas coisas se revelam somente à puros corações
Poluição mental,degradação da personalidade
Óbvias condutas,cretina obviedade;intangibilidade
Que separa a essência da falsa decência!

Etiquetas e rótulos,validos e inválidos...variação
De tendências,conveniências,interesses...um perdão
Sem crime;assassino frio,herói mascarado
Sem direitos nem esquerdos,ideal destacado
Forte por cercar-se de fracos,aceito,assimilado
O sabor de sonhar é apreciado pela minoria
As massas não tem esse encanto...
Supérflua maioria...!

domingo, 8 de maio de 2011

Mistério

Complexidades paralelas...alusão
Desastres psíquicos...mistificação
Sentado no trono de poeira acumulada
Penso em tudo e reflito sobre o nada
Sou atirado como bala humana
No mistério que do âmago emana!

Frases feitas e impressas na mente
Distúrbio crônico no subconsciente
Vozes ecoam e querem te dizer
Coisas que por ai você nunca iria ver
Nem sentir...pois está dopado
Amordaçado,enterrado e escravizado
Dentro de uma casa fechada
Com teu amor e mais nada...


Ninguém entra,ninguém sai
Nada fica contigo e nada se esvai
Mistério tão simples assim,jamais verei
Um erro tolo assim...jamais esquecerei
Entre mil espelhos não encontro
Seu rosto lindo e perdido
E me sinto assim iludido
Por reflexos tão parecidos contigo!


Abra essa cabeça,saia da prisão
Não existem chaves...
Muito menos um portão
Veja os teus instintos treinados
Que te seguram tão desesperadamente
Verifique se existe fé demente
Neste teu ser tão apavorado
E apague de ti este Deus criado
Por um garrancho caprichoso
Das concepções forjadas
Deste mistério vil e horroroso!

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Felicidade em porcentagem

Intensidade do sentimento puro
Foco de luz no coração obscuro
Nível de consciência,um sonho,uma viagem
Cotação da vida,felicidade em porcentagem!

Limites,fronteiras,jurisdição
Verdades que machucam
Saudável decepção...
Barreiras do raciocínio lógico
Armadilha que pega o convicto 
E o destrói...o esmerilha!

De um ponto ao outro,lá e cá estou
Indeciso se fico parado,ou se vou
Nessa valsa de dúvidas,danço acompanhado
Das certezas que um dia tive,meu rico passado!

Quanto vale o amor puro?
Podemos pagar?
Qual o preço de ser livre?
É possível comprar?
Se a felicidade em porcentagem
Fosse calculada...
Talvez nenhum de nós obteríamos
100% cada!!!

Dividir o espaço que habitamos
Multiplicar os sonhos que cultivamos
Adicionar mais erros ao nosso viver
Subtrair a própria vida,o resultado de tudo
É morrer...!

terça-feira, 3 de maio de 2011

Mística química

Fabulosa energia que une existências
Casos de amor que tornam-se experiências
Lágrimas que caem sobre folhas passadas
Sorriso que ficou nas memórias resgatadas!

Alquimia que cerca os vínculos íntimos
Mística química que faz de nós dois apenas um
Um conto de fadas,fábula real,mito provável!

Um beijo,um abraço,pura emoção
Ternura,afeto,compreensão
Não somos perfeitos,pretensão de poder!

Mística química que encanta
Sentimento coletivo que desafia
A obviedade dos cálculos,algo que espanta
Os que vivem do fútil,mente vazia!

Que histórias ouvi,atento
Senti na pele o arrepio...
De tal momento...
Não vivi o fato,senti-me assim
Enormemente feliz...
Sem medo do fim!

Mística química,física aplicada
Matemática de instintos,ciências vis
Matérias da vida,a maior das escolas!

Jardins secretos

Florestas surreais,encanto tangível
Sensação que fica,infinito vazio
Cantarolar de peixes voadores
Ilusão real...
Paraíso de chamas,aquecer do âmago!

Mansão de sonhos,materialismo,pretensão
Jardins secretos,frutos proibidos,tentação
Carne fraca,fortes instintos,amor tenebroso
Lábios de seda,pele de deusa,silêncio assombroso!

Caminhos,pedras,erros,acertos...acervo
De mundos distintos,vícios benevolentes
Artérias trabalham,descansa o rico nervo
Dependência total,liberdade...neurônios cientes!

Terras longínquas,escondidos tesouros
Tempestade de dúvidas,idéias,estouros
Jardins secretos,debaixo do nariz...é claro
Que a obvidedade o cegou,conceito ordinário!

Chave que abre e que tranca as portas
Simples janelas abertas,complexas facilidades
Mundo estranho,estranhas condutas,sabor de viver!