terça-feira, 22 de novembro de 2011

Contradição

Não me sirva certezas
Em bandejas enferrujadas
Não me oferte a pureza
De suas razões dilaceradas
Traga até mim alguns motivos
Quaisquer deles,não me importa
Abra a janela e feche esta porta
Vamos sair desta contradição...

Que imensidão de espaço
Quanto tempo,quanto atraso
De que adianta adiantar o futuro
Ou atirar como um leigo...
Neste severo e implacavel escuro?
Me diz,me diz...qual ator,qual atriz
Se passará pelo principe,e por aquela
Esquecida e ignorada meretriz?

Contrapartida,contradição,contra-ataque
Pegue esta faca afiada e com ela me marque
Faça em mim uma visível cicatriz
Deixe escorrer o meu vermelho sangue feliz
Abra em mim uma cratera e me atire ao mar
Para ver se eu consigo ao núcleo chegar
Desta ramificação de complexidades vis
Deste circo de horrores,com péssimos atores
Que não sabem atuar,nem pensar...

Quanta emoção,quanta contradição
O que existe jamais existiu
Aquele que se rendeu,jamais resistiu
Não,Não e não,não me peça compreensão
Não me faça chantagem,pois não vejo vantagem
Em seguir este caminho confortável e estável
Neste aquário com aspecto áspero e linear
Onde não posso sequer devanear
Enquanto me banho em lágrimas
De uma sem igual felicidade!

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Arco e flecha

Me acerte,aceite que perdeu
E que encontrou uma alternativa
Que alguém por ai esqueceu
Pegue as folhas de papel picado
Do teu passado ao meu lado
E jogue fora o que restou...

Café com leite,pão com manteiga
Rosto desfigurado,face meiga
Arco e flecha,ar e água,sol e lua
Vestes que te deixam nua
Te removem a essência e a pureza
Trazem até ti uma estúpida beleza
Maquiada e deturpada,irreconhecível
E te torna invisível ou não perceptível!

Acenda o fogo e me consuma por inteiro
Não seja o último nem o primeiro
Me ataque de forma rápida e eficaz
Me passe adiante ou me deixe para trás
Decida-se entre me admirar ou me odiar
Ou fique na dúvida e passe a me ignorar!

Preto e branco,céu estrelado
De ponta á ponta,de lado á lado
Resumos semanais e alguns comerciais
Que não passam mais,e nem passarão
Pelo crivo da razão,tribunais da percepção
Arco e flecha,mãe e filho,chuva de prata
Cansei de buscar pontos de vistas 
Para embelezar esta realidade ingrata!

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Pertencer

Uma penitência de ser
Algo vil para pertencer
E padecer no paraíso
Selecionando belas lágrimas
De um rançoso sorriso!

Paz,paz,paciência e penitência
Receio e recheio entorpecente
Carinho meu caro,estou carente
Estou rente ao infinito,estou rendido
Me encontro no exato oposto
De algum vale misterioso e perdido!

Bilhões de pessoas para conhecer
Mas somente algumas para pertencer
Apenas uma para gostar e amar
A mesma pessoa que irá te decepcionar
Será...?!?

Quem sabe,sabe que não saberia
Que saber não é pra valer
E quem diria...
Que o mundo seria dos ignorantes
Que por natureza são intolerantes
Ao sopro de ar puro que se esvai
Pelas janelas abertas
Através do nada,quase nada
De alguma mente fechada e condicionada!