quarta-feira, 27 de abril de 2011

Ligação

Escute aqui,eu tenho uma ligação
Deixa pra lá,não tenho opção
Vamos sair,pois há um mundo lá fora
E se não tiver,iremos juntos embora
Para casa...

Ramificados estamos,uma rede social
Olhe lá...é o bem,olhe aqui...é o mal
De repente de mãos atadas e almas seladas
Em valsa radiante e desconcertante
Uma surpresa que eu podia esperar
Mas não esperei...

Você que esta ai do outro lado
Não me espere assim...deitado
Abra um sorriso e atenda esta ligação
Dê espaço ao vinculo...
Me empreste teu coração!

Essa cara fechada não sabe de nada
Esse orgulho absurdo é tão inseguro
Essa pose de forte te revela a fraqueza
Esse sorriso forçado te remete à tristeza
Que você sente,mas que está ausente
Sua alma está nua...sem você!

Alô...por favor a felicidade
Alô...pode avisar a verdade
Alô...passe este pequeno recado
Alô...eu não estarei ocupado
Quando você fizer uma ligação
E tocar o meu íntimo ser
Com sua doce ilusão...!

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Aplausos

Vejo somente um palco vazio
Tão cheio de criatividade
Um pequeno calor...e muito frio
Ouço aplausos de mim mesmo
Que sublime felicidade!

Um drama complexo,sem nexo
Um impactante terror,sem temor
Uma comédia fantástica,um pouco trágica
Uma obra-prima de ficção,uma revelação
Que confunde e desconforta
Mas não importa...
Entre aplausos imaginários eu continuarei
Sendo o protagonista daquilo que criei!

Sinto uma pulsante vibração
Uma força tão poderosa,acima do real
Que todos fogem e reconhecem como ilusão
Abram as portas,o espetáculo vai começar
Segurem suas almas,a morte vai passear
Aqui neste teatro mágico e fantástico!

Infinitas vidas,que permanecem perdidas
Neste labirinto bem elaborado
Neste paradoxo fortemente influenciado
Pela fragilidade da nossa capacidade de absorver
Aplausos e vaias que não são nada
Além de impressões e conceitos vendidos
Em embalagens bonitas;propaganda pesada
Estamos todos severamente sedados
E absorvidos...!!!

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Meus crimes

Eu acabo de matar...sim eu matei
A fome e ela voltou...bem,eu tentei
Mas tentativas e mentiras são tão iguais
Meus crimes e suas razões são tão triviais
Para um cálculo racional...neste perímetro
Tão emocional...seria o final?!?

Final do filme preferido
Do sabor requerido
Nos pedidos ao telefone
Pouco antes da madrugada
Antes de pensar em nada
E meus crimes tão perfeitos
São tão interpretativos
São ou não meus defeitos?!?

Efeitos especiais e naves espaciais
Armas de fogo e regras do jogo
Espalhados no tapete mágico
Deste meu mundo fantástico
E quero pagar pelos meus crimes
Quero dever a dor dos prazeres
Que um dia tive...

Eu tive meus motivos..sim,eu sei
Que quis acertar,mas sempre errei
Cavei um buraco e o chamei de passado
Enterrei meus tesouros de pureza
Orbitei nessa pesada leveza
E sai por ai algemado...crucificado
Por não achar que meus crimes foram
De fato este enorme pecado!

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Vitrine

Eu estou aqui para chamar sua atenção
Para lhe causar uma impressão
Para te vender meu coração...
Estou aqui nesta vitrine enfeitada
Onde não importa mais nada
Além de te ver passar e saber
Que você vai me adquirir
No exato dia que conseguir
Gostar de mim...


Olhe pra mim,um fantoche diferente
Que poderia estar tão vivo ao seu lado
Se não fosse a barreira do certo e errado
O vidro desta vitrine apenas nos separa
Como alma escura e alma clara
Que um dia quem sabe irão se encontrar
No infinito...


Preste atenção na descrição
Venho vazio e sem emoção
Não pense que sou sem graça
Não diga que estou de pirraça
Quando você me pedir atenção
E perceber que estou calado e frio
Preso na ilusão...de sair da vitrine.


Quem diria que seria possivel sonhar
Fechar os olhos e por ai navegar
Sem medo nem desejo...
Quem diria que esta vitrine seria meu lar
Até minha data de validade expirar
Mas antes que aos cacos eu seja arremessado
Quero dizer que seria bom ter participado
Dos teus sonhos também...
Queria ter ido contigo por aí
E além...

Incapaz

Seja incapaz de amar uma flor
Que depois deixa espinhos
E com eles uma forte dor
Seja incapaz de sustentar uma relação
Que vai sangrar e secar
Vai drenar sua razão...
Ou não!

Seja incapaz de sorrir
Não permita-se trair
Essa tristeza que só lhe quer
Bem lhe quer...
Seja incapaz de desejar
De adotar um sonho lindo
Vê-lo crescer e depois o abandonar
Deixar de sonhar...

Seja incapaz de crer
Que isso ou aquilo...
Vai acontecer,vai corroer
Os últimos pedaços de carne
Dessa massa robótica
Perturbada e neurótica
Que nos tornamos afinal
Seja incapaz de viver pelo bem
Ou pra morrer pelo mal.

terça-feira, 19 de abril de 2011

O grande negócio

O grande négócio é vender almas
Comprar aplausos...uma salva de palmas
A grande saída é mover peças de vida
Dentro de um calabouço lucrativo
Hoje eu te vendo um lindo motivo
E amanhã ele irá te devorar
E você vai pagar...

O grande negócio é liquidar
As mentes brilhantes e implantar
Uma economia mórbida de neurônios
Um gasto excessivo de erros obsoletos
A grande estratégia é se esconder
Nessa máscara de conceitos
Tão obvios e imperfeitos...

O grande negócio é financiar
Pra você não ver a vida passar
E querer pagar o preço alto
Sem descer deste platinado salto
Do teu ego inflado de gás radioativo
Onde não importa se é um ser vivo
Que você pisa e sorri morbidamente
Sem se sentir inconsequente...

O grande negócio é o fim do mundo
O medo e as preces...os absurdos
O fanatismo e o egoísmo que são...
Sua roupa suja e de grife
E sua prisão...!

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Perdido

Diversas entradas e saídas
Nas manchetes...vidas perdidas
Ganhos absurdos em um instante
Perdido estou...no mundo ignorante
Que me forçou a acreditar
Que não era útil sonhar.

Mas veja só...só o que restou
Daquele inocente menino
E hoje aqui estou...perdido
Como a flor de um vaso caído
Da casa da falecida perfeição
Que hoje só habita...a destruição.


Grandes ofertas,pequenos corações
Sensatas estratégias,robóticas emoções
Tudo tão plastificado e enfeitado
Amargurado e industrializado
Me sinto um perdido que me encontrei
De repente sem motivo...e me apaixonei
Hoje sou eu,hoje sou ninguém.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Rosas e espinhos

Grandes amores,alguns dissabores
Pequenos detalhes,meras semelhanças
Algodão doce feito de sonhos de crianças
Eu vejo em meu caminho...
A dor e o prazer,rosas e espinhos!

Afastado de tudo,no meio do nada
Sem o escudo da razão,sem espada
Desarmado de corpo e alma
Sou apenas a fúria em calma
A estrela apagada pelo sopro gelado
De quem deveria estar...mas não está
Aqui...ao meu lado!

Rosas e espinhos venenosos
Encontros e desencontros
Sempre amorosos...
Sempre inconscientes
Tão soberbos e dementes
Desfigurados e configurados
Em um DNA artificial
Criado pelo elo entre o abstrato
E o anormal...

Apague a luz...feche a porta
De sua turva percepção
Deixe escura a sua concepção
Não atire pedras em quem você vê
Atire rosas e espinhos em si
Isso vai purificar o teu ser
Isso vai sangrar,vai doer!!!

sábado, 9 de abril de 2011

Adoecer e esquecer

Os fatos circulam através da vida
O sangue viaja através do corpo
O confronto que cria,o que destrói
O que não tem significado...sem nome,abstrato
O escuro que aguarda o anoitecer
O mortal que deve adoecer e esquecer.

Fingir que tudo não foi tão ruim
E que pelo menos sobrou algo para contar
Uma lembrança de um dia qualquer
Em um lugar qualquer...uma vida qualquer
Sendo assim,desde o início...ao iminente fim
O sol nasce mas não morre,então,eis a questão
Porquê viríamos a falecer ao invés de se pôr?!?

Que se faça a lei através da vontade
De cada um...e de um em um se formará um mundo
Mais sensato e abstrato,uma arte à se expressar
Através do silêncio poético,ausência de critérios
O sujeito e o verbo,o adjetivo imparcial
O bem-estar não está em conflito com o mal.


Vamos adoecer e esquecer,ver a vida,entender
A fórmula por trás do pensar,do mito de amar
As necessidades da carne e das almas vagantes
O gênio guiando a turba de seres ignorantes.

 

sexta-feira, 8 de abril de 2011

As vestes do espírito

O fino branco ou o grosso negro
Elegante vermelho sangue contaminado
Leve azul celeste e divino rosa choque
Ousado amarelo solar e verde floresta
As vestes do espírito são invisiveis aos olhos nus!

Brincar de inventar cores e colorir emoções
Fazer de conta paga,comprovada,com nota fiscal
Partir ao meio e saborear o recheio
Da vida sem limite e sem perímetro!

As folhas secas e levemente esvoaçantes
As vestes do espírito santo e obstante
Os conceitos desfeitos e obsoletos
Os ácaros dos hábitos negligenciados
São e sempre serão desconhecidos e ignorados
Pois o cordeiro e o lobo vivem cercados
De regras ou de ideais...de paz e guerras!

Frágeis testemunhas de um crime hediondo
Perdoável,pásmen...pois somos todos filhos de Deus...
Que,não por acaso,não por nossa vontade
Criou o mundo e todas suas nuanças
As vestes do espírito são ideias concretas
Abstratas,que quiçá,fazem de fato sentido
E são o não de fato bem fundamentadas e sensatas
Vai ver que estão todas erradas
Vai saber...

Sinceros sorrisos

Alegrias passadas,obsoletas,enferrujadas
Motivos emotivos,razões sem padrões
Não há nada tão bonito e contagiante
Que sinceros sorrisos...emoção meliante
Coração vagabundo,dentro e fora do mundo
Imundo,criado pelo manipulador oculto!!!

Me traga o alívio,me induza ao vício
De me acalmar com teus sinceros sorrisos
Me leve,de leve...por ai,sem saber
Por onde vamos...deixe acontecer
Deixe fluir,permita-se adicionar e subtrair
Nossa união e divisão,relação e multiplicação!

O sol que aquece e se esquece
Que a noite vai chegar...
E com ela o doce luar
Que de sereno e veneno vai obscurecer
Vai me fazer viver e não me esquecer
Dos teus sinceros sorrisos...infinitos
Dentro da minha necessidade de te ver
Desfilar pelas nuvens antes de chover
E me banhar com a doçura do teu ser!

terça-feira, 5 de abril de 2011

No mundo da fantasia

Trajes de criança,mente pura
Imaginação fértil,fonte escura
Paredes e limites,sem tijolos e regras
Liberdade almejada,pavio aceso
Internas guerras...
Com balas doces e força aérea salgada
Um derramar de sabor...
Nos campos de degustação.

Louco em essência,abstrato...vida cheia de magia
Habitando o insano e sincero mundo da fantasia
Onde conceitos são feitos sem influência moral
E viagens são sempre prazerosas e fora do normal.

Entre os fantoches do mundo externo
Entre os deuses que habitam o inferno
O céu de chocolate e as estrelas de avelã
A fusão do ontem,do hoje e do amanhã
No espaço sem fronteira e sem jurisdição
No mundo da fantasia,minha única nação.

Águas com maracujá,calmaria...sono leve
Amor de chá,ao se aquecer...âmago que ferve
Malucos desejos,sensatos instintos,necessidades
Devaneios lúcidos,passeios sem rumo,simples vontades.

Desenhando momentos

Làpis e espírito,alguns erros...borracha
Não seria cômico se não tivesse graça
Não seria triste sem suas lágrimas
Derramadas em traços precisos e definidos.

Forma em reforma,correção de emoção
Caminhos traçados,logo em seguida apagados
A vida em uma folha branca...ou negra
Desenhando momentos,ao modo que sei
Não sei ao certo se está errado
Nem se estão bons ou ruins...sinto muito
Não sinto nada comum!

Sem nexo,o extremo complexo
Sem sentido,sem direção
Sem moral,sem coração
Mas com tudo o que importa e que aprecio
Joguei fora os rascunhos de tudo o que deprecio.

Deixei minha mente abster-se da realidade
Permiti o despertar da arte através da insanidade
Criei o que sonhei,imaginei o que quis
Autêntico e único,assim sou mais feliz.