sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Marcas do Tempo

Rugas e figuras abstratas
Pés de galinha e cabeça dinossauro
O rosto deformado e o sonho alterado
A sua vontade,a sua realidade
Tudo é passado,e vai passar
Não na TV,e sim no seu coração...
Ou não!?!

Filmes sem graça,marcas do tempo
Passos antigos,hoje não mais importam
Não levam ao sonhado paraíso perfeito
Quem um dia foi,veja só,um lindo devaneio!

Hoje o cansaço faz parte do show
Um leve levar ao túmulo sagrado
Onde o que foi um corpo,será sepultado
E junto com ele,a esperança nua e crua
Acabada e mofada,alimentando os fungos
Que de você só querem os resíduos do fracasso!

Cicatrizes dos anos vividos
Marcas do tempo,sentidos feridos
Dores passageiras da condução existencial
Minha bondade...aos beijos e amassos com o mal
A certeza grávida do duvidoso conceito
O erro apaixonado pelo paradoxo perfeito!


Marcas do tempo,que me custam a passar
Tanto é o custo que me recuso a pagar
Assim como as promessas que insisto em dever
Como aquela em que eu disse...
Não quero mais te ver!

Suicídio Coletivo

Aperto de mãos,respiração profunda
A morte é uma piscina vazia...Que a vida inunda
Sem visão nem audição,olfato nulo,tato abstrato
Paladar impreciso,suicídio coletivo...fino trato!

Algas marinhas na areia,da glória à miséria
Dos espinhos do viver à entrega da morte certa
Um delírio lúcido,o calar da alma em alerta
O não possível,não ao vivo...ao nosso suicídio coletivo!

Desista sem lutar,tanto faz vencer ou ganhar
No final só restará a história para ser contada
E a mesma pode ser estrategicamente inventada
O sentir e o viver podem ou não condizer
O amar e o odiar podem ter a mesma raíz
Pois nem sempre o que se pensa...você diz!

Já chega de buscar motivos para continuar
Seguir algo é apenas acompanhar o superficial...
Desejo alheio,que não é fruto seu por natureza
Que te traz certa inveja,nunca a real beleza...
De sonhar sem se importar com a possibilidade
De que tudo seja real,uma completa verdade!

Suicídio coletivo,intelectuais no hospício
Ignorantes e meliantes,inteligentes e dementes
O circo vazio e os palhaços desempregados
O mofo abundante dos desejos abandonados!

domingo, 16 de setembro de 2012

Distante

Algo me diz,olhe pra trás
Enquanto segue adiante
Me diz pra ficar ao teu lado
Mesmo estando distante!

Vai saber qual o significado
De ter uma estrela tão longe
E tantas cobras ao meu lado
De repente este conceito consciente
Que chamamos de vida...
Seja apenas um grande orgasmo
Dentro de cada íntima ferida!

Em uma fração de segundo
Lá se vai mais um instante
E quantas frações irão passar
Enquanto eu estiver distante?
Não pode ser real,não...
Não pode ser normal,não...
Será que são acidentes
Essas batidas de cada coração?

Um sonho de cada vez
Uma alegria de tempos em tempos
Decepções casuais,nada demais
Frutos de uma existência de impressões
Vínculos distantes,nossas adaptações
Ao clima sombrio dessa casa assombrada
Que é a mente que quase sempre mente
Sobre uma tal verdade de sentimentos!