terça-feira, 29 de março de 2011

Realidade

Esta noite eu tive um sonho...
Decidi chamá-lo de fantasia
Vesti-lhe com mantos de ilusão
E dei-lhe para brincar,a minha imaginação...

E quem disse que existe realidade?
Quem optou ou sonhou,quem imaginou?
As mesmas coisas de sempre
Sempre maquiadas,e mal trajadas...

Desenho uma lua quadrada...e tão errada
Dentro de um sol flamejante...e tão errante
Faço de conta que não tenho contas a pagar
Invento que minha profissão agora é inventar


E este meu sonho,minha querida fantasia
Esta minha realidade,tão cheia de maldade
Se tornou bondosa,e eu não vejo diferença
Hoje eu discordo de tudo,não existe uma crença
Que não seja estúpida,quando excede a regra geral
Que tudo é mutável,inseguro,complexo,abstrato,anormal...


Olha lá...lá se vai o mundo algemado
Com tantos e tantos ferimentos
Ele se vai tão cabisbaixo...tão magoado
Mas quer saber,melhor assim,vamos morrer
Dentro de uma prisão de conceitos blindados
Onde os sábios irão perecer
E os ignorantes deverão renascer
Das cinzas de sua própria imprudência.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Ampulheta

Os segundos correm sem cessar
Nas veias do universo...
O mundo vai acabar
Vai acabar descobrindo
Que não estamos caindo
E que toda essa impressão
Faz de nós escravos da ilusão.

Ampulheta de vidro,coração de papel
Doces meninos,mergulhados no mel
Uma existência de descobertas
De ignorâncias interessantes
E mentes tão incertas...


Sinto que sou o mesmo raio
Que caiu neste lugar
E insisto em cair,sem sentido
Nada vai me parar
E mesmo sabendo eu não sei
Se na realidade estou vivo
Ou se morri e de fato acordei...

Do pesadelo da consciência
Dos profundos cortes no espírito
Pura arte através da inteligência
Nas linhas exatas do horizonte flamejante
Sinto-me autêntico e brilhante
Neste imenso mundo meu
Que pode ser seu
Caso você queira entrar
E assim me sentir...me tocar!!!

domingo, 20 de março de 2011

Valores

Quanto vale um sorriso sincero?!?
Uma lágrima doce,uma expressão vivaz?!?
Quanto se paga para aprender?!?
E para esquecer?!?
Quanto devo à vida...
Por sustentar o meu viver?!?

São valores indefinidos,cálculos complexos
Preços divididos,em eternas mensalidades
As formas de pagamento são simples e claras
As dívidas são infinitas,altamente demasiadas!

Então,quanto vale pensar?!?
Quanto vale saber?!?
Quanto vale amar?!?
Quanto vale viver?!?

O que faço com tais valores?!?
Devo investir,aplicar,doar...
Emprestar,e depois cobrar?!?
Para assim me sentir melhor que os inocentes
Que vivem felizes,e não artificialmente contentes!

Enfim,quanto vale a pena?!?
Quanto vale a ignorância?!?
Quanto vale a hipocrisia?!?
Preços à tratar,só quero minha garantia!

Lúgubre máscara

Face sublime,oculta,indefesa
Lúgubre máscara,morbidez
Sem pureza...
Real ilusão,verdade maquiada
Mentira vil...
Existência plena,monstro criado
O terror de fato existiu!

Um beijo nos lábios bloqueados
Não há intenção de agradar
Confortar,atrair,conquistar
Coração de puro gelo
Congelados sentimentos!

Uma sensação vazia
Relação tão fria
Friamente calculista
Exatamente desigual
Bola de neve que vive
Ódio sem fim...

Mascarado funesto,és minha lúgubre máscara
Única forma de tocar meu intangível coração
Sutil agrado,infortúnio agradável,agradável ser
Motivos tão mortos,que me fazem viver!

Cadáver que em valsa fúnebre celebra a união
Do fervoroso sol e da gélida lua,luz e escuridão
Cemitério,o passado,o presente,o futuro e o eterno
Sacrifício em prol da harmonia,do meu mundo interno!

Liberdade de verdade

Mentiras à parte,eu quero minha liberdade
Não a ilusão da mesma
E sim liberdade de verdade...
Se tiver preço me recuso a pagar
Ser livre em essência,não reclama comprar!

Sem conceitos limitadores,sem definições
Só quero não almejar,isso traz decepções
Não me traga a fórmula para ser feliz
Pois liberdade de verdade não é como se diz!

Não posso voar pelo céu infinito
Só posso caminhar ela terra mapeada
Repleta de um vazio,cheia de esperança!

Vejo a luz no fim do túnel
Seria a felicidade?!?
Que seja de fato real
Liberdade de verdade
Caso contrário,prefiro estar mergulhado
No mundinho que criei,onde vivo fascinado!

Não há patente,não há direitos autorais
Quem criou pode destruir,alterar,adaptar
Experimentar o sabor sincero,isso é felicidade!

quarta-feira, 16 de março de 2011

*Um soneto perdido*

Encanto subliminar,olor sobrenatural
Flores mortas no jardim existencial
Um mórbido romance,uma paixão de relance
Um luar misterioso,um encanto fabuloso.

Vasos de vida,mortos por dentro
Lados entrelaçados...núcleo,centro
Regando com beijos secos e sem amor
As flores mortas,sem nenhum sabor.

Sangue correndo,coração pulsando
Adrenalina na mente,emoção andando
Na contramão da razão absoluta.

Espinhos no meu caminho
Flores mortas,doce espinho
Que perfura a alma do poeta.

Navegador solitário

Águas em abundância,tristeza em demasia
Barco meu,sem velas...parado noite e dia
Que rumo tomar?!?Qual direção devo eu,seguir?!?
Se saio ou se fico...devo enfrentar ou fugir?!?

Solidão me conforta,companheira fiel
No inferno sem regras,as leis são do céu
Passeando no fogo,entre brasas temerosas
Espinhos e mais espinhos...cheiro de rosas!

Mundo vil,lua acanhada,fogoso sol
Quarto vazio,na cama sozinho
Eu abraço o lençol...
Te vi,te vejo...sem pudor,sem orgulho
Só desejo...
Lábios sedosos que sejam como os meus
Que busquem um beijo!

O navio que partiu,partiu meu coração
Machucou meu rosto,violenta desilusão
No horizonte,uma silhueta perfeita eu notei
No fundo do oceano está você
E eu mergulhei...

Desperto do sonho,o desabar do fútil e real
Sou navegador solitário,pretensão superficial
Vou buscar o ar que respiro
A história que escrevi...
Continuar sendo a chave mestra
Pois eu nunca te esqueci!

Árvore infrutífera

Raíz pútrida,árvore infrutífera
Dormência eterna,eterna agonia
Imensidão do nada,vazio engrandecer
Sabor de vidro,refrescante ardor
Feira livre de emoções,preços acessíveis
Mascar de chicletes,sem os dentes...delícia!


Podres não são os frutos que não posso ter
São os dias que vivi e não posso esquecer
Eternizados nos segundos que por luxo não contei!


Folhas verdes eu teria,flores belas...também
Se meus galhos não fossem secos e fartos
Inutilmente expandidos;encantador e raro!


Vale das almas,árvores fabulosas
Cavernas secretas,misteriosas
Árvore infrutífera,pequenos atrativos
Longe de tudo e de todos,feliz estou perdido!

domingo, 13 de março de 2011

Sentimentalidades

Ódio que corrói,raiva que estraga
Tristeza que derruba,amor que esmaga
Medo que destrói,mágoa que sufoca
Solidão que estorva,alegria que sufoca!

Rosto sorridente,coração apaixonado
Lágrimas caindo,olhar amendoado
Face enrugada pela raiva...nervos quentes
Fobia de ter medo,atitudes inconsequentes!

Vida sentimental,colorida de emoção
Realidade distorcida,nítida imaginação
Contraste entre gostar e desgostar
Polaridades de tanto odiar e tanto amar!

A dúvida é minha razão de viver
Você faz meu coração entender
Que a cada batida um dia se passa
Se vai e não volta...
Então que sejam puras e sinceras
O resto não importa!

sábado, 12 de março de 2011

Poder

Custe o que custar
Doa a quem doer
Ninguem vai escapar
Do meu enorme poder.

Poder de assimilação
Poder de observação
Poder de flexibilidade
Poder de saber e não crer
Que exista de fato uma verdade.

Pare o tempo por favor
Escreva aqui a palavra amor
Chame isso de coração
Tire dele toda a razão
Quem precisa entender?
Quem precisa de poder?


Poder de manipular
Poder de alienar e usar
Poder de arrecadação
Poder de dominar uma nação
Poder...?!?

Ache uma saída
Resgate uma vida
Faça de mim o que quiser
Espere aquilo que vier
Em consequência de compreender
Os defeitos de tudo
E por isso sofrer...
Com ou sem poder!!!

segunda-feira, 7 de março de 2011

Dor

Todos chamam de amor
Todos sentem essa dor
Aglomerados e condenados
Excluídos e movidos a errar
Constantemente
Permanentemente
Até o fim...fim?!?

Dor de sabor sem igual
Um tanto quanto bom
De certa forma mal
Prazeres dessa vida dolorida
Dos meus passeios vagos
Eternidade perdida
Onde encontro certo sentido
Em errados conceitos
Por mim criados
E utilizados!

Mas que dor incessante
Que delírio fascinante
Neste Universo submerso
Em mistério e Magia
E quem diria...
Que tudo isso poderia resultar
Em uma dor tão grande
Que não posso suportar!

Vou partir,sei lá
Para lá ou para cá
Tanto faz,mas se por acaso
Não fizer,não me importam quaisquer
Consequências dolorosas
Pois entre espinhos e rosas
Me encontrei só
E somente ao meu lado
Obtive dor e felicidade
Inventei uma mentira que virou verdade!